quarta-feira, novembro 28, 2007
segunda-feira, junho 25, 2007
terça-feira, maio 15, 2007
construção pegada
terça-feira, fevereiro 27, 2007
segunda-feira, janeiro 15, 2007
olhos de ver
queria mostrar flocos de neve ao mundo. queria provar o quanto brilham na alma de um ser. mas no fundo era na corrida de trenó que ninguém o superava.
prateado, com o nome desenhado a letras encarnadas, verniz q.b., aerodinâmica de ponta, descia colinas em velocidade supersónica com a felicidade em seu regaço. longos prados brancos ornamentados em seus lados por tímidos mas brincalhões carvalhos verdecastanhos amparavam os sonhos dos que por ali assistiam.
com carinho revelava a graça do seu companheiro de aventura entre amigos convivas,
- Rosebud, com ele tenho o mundo a meus pés,
e o companheiro reluzia orgulhoso repousando na sua perna.
as colinas aguardavam todos os anos ilustre competidor. os mancebos das redondezas acorriam em massa quando o sentiam no local. lançavam desafios em fila tomando-lhe o gosto, acotovelando-se nos desejos de competir com o campeão, embora com o lúcido conhecimento do insucesso da missão, mas sorriam pois invencível o queriam. era merecida a fama e alegria geral.
Luís, paraplégico, mostrava ao mundo os flocos de neve a brilhar.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
sábado, dezembro 16, 2006
chovem pétalas lá fora
são verdes senhor
como mão que afaga o peito
pé frio que busca o seu par
devem ser rosas encantadas
talvez cravos
ou mesmo orquídeas
mas são verdes senhor
sabem a miar de felino
caiem às bolinhas pequeninas
em mantos brancos de pureza
mas são verdes senhor
ornamentadas de encarnado
respiram paixão
flutuam de emoção
mas são verdes senhor
cerro os olhos e caiem aos milhares
e já não sei se são pétalas
se são estrelas
ou mesmo luares
mas são verdes senhor
verdes como o desejo de amar
quinta-feira, novembro 30, 2006
é simples
é querer sentir para lá do ver
é onda revolta que choca contra o existir
é vontade de fundido dormir
é simples
é um pé molhado de unha vermelha a massajar
é um respirar a soluçar
é um dedo que brinca na palma da mão
é simples
é um umbigo que embala o ouvido
é um sonhar o presente
é um aperto de peito que vive contente
é simples
segunda-feira, novembro 20, 2006
teoria da procura
Tomás abeirou-se da cadeira e sentou-se na pontinha. a pastelaria Bem-me-quer é a sua fiel paragem pelas 17h. tem a sua mesa bem definida, ao fundo da sala, diz
- é para ver as flores beijarem os bolos.
sorria sem parar. sorria com tanta cor que pintava as mesas em seu redor. o coração encontrava-se saltitão, bochechas encarnadas, mãos transpiradas, os pés a baloiçar, pela primeira vez sentia o amor a desabrochar.
Margarida, doce como mel, tinha-lhe afagado a pele de menino e revelado
- não o vou esquecer,
decidiu comemorar. coca-cola, bolo de chocolate e 100 gr de gomas coloridas. elefantes, crocodilos e corações de todas as cores do arco-íris. começou nos crocodilos e acabou nos elefantes. os corações guardou-os para partilha delicada num fino guardanapo que repousou no seu bolsito das calças de bombazina.
por fim pagou, olhou e despediu-se com um aceno maroto.
Tomás, 85 anos, tem Alzheimer e muito amor para dar.
terça-feira, novembro 07, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
eu não sou humano!
ferida aberta que sangra
eu não sou humano!
pulmão que suspira
eu não sou humano!
nódoa negra que lavra
se eu fosse humano
olhava as borboletas de frente
cortejava o arrepio na espinha
abraçava a chuva por senti-la minha
pulava e vivia
dançava e corria
inspirando a vontade de prefazer
adormecia a rir
e acordava a sorrir
tudo por afagar o meloso querer
eu não sou humano!
mas se eu fosse humano
ronronava por amar[-te]
sexta-feira, outubro 20, 2006
quarta-feira, outubro 04, 2006
Carlos revoltou-se com a Vida
comprou um conjunto de porcelana da Vista Alegre
doze de cada
dizia "um para cada mês"
partiu os pratos de sopa
partiu os pratos rasos
partiu os pratos de sobremesa
partiu as chávenas de café
até as chávenas de chá partiu
todas menos uma
nessa cozeu as vísceras da Vida
nunca o vi com a vista tão alegre
quinta-feira, setembro 14, 2006
"a proximidade"
quarta-feira, setembro 13, 2006
sabor a canela
este abraço que me comove
deixo o espaço solto...eternamente
a tua frase solta... frases que sabem a canela
a memória desses afectos
em maré alta que é baixa
quando se ama com esta força
força essa que não existe
porque não soltas as asas
há caminhos que caminhei e brisas que senti
SABES,
tens que me dizer
tens que me dizer
antes de partires
tens que me dizer
depois de partires
são os afectos
são os afectos
quem me faz parecer triste...
deixa para lá!
tu não existes!
quinta-feira, setembro 07, 2006
saudade de sã vontade
saudades por quem quero viver
saudades de quem sou no verde sonhar
saudades de querer gritar
saudades de adormecer apaixonado e apaixonado acordar
saudades de noites repetidas a sonhar-te
saudades de anjos vermelhos
saudades de não ter saudades
saudades de elogios cor-de-rosa
saudades de te ver reflectida na água dos sabores
saudades do que te quero dar
saudades de uma ALTURA que arrepia o sentimento
saudades com rumo à felicidade azul, vermelho… verde
quinta-feira, agosto 31, 2006
quarta-feira, agosto 23, 2006
fotografar pés cujas curvas conheço-as decore,
reconhecer o cheiro mais belo do mundo num corpo só meu,
roubar beijos,
correr à chuva de mão dada,
acordar de mão dada,
viver de mão dada,
ver quatro pantufas no mesmo sofá,
viajar num peito,
contar sinais que não são meus e perder-me constantemente,
sussurrar «Eu gosto de tudo de ti!»,
abraçar alguém e sentir que abraço o mundo,
escrever bilhetinhos de amor e sorrir,
partilhar cerejas com doces olhares,
sentir uma leve respiração em meu peito e o amor a sonhar,
fechar os olhos e ver sempre o mesmo olhar.
Eu apenas quero ser eu mas ainda não encontrei a quem o dar."
terça-feira, agosto 22, 2006
meio corpo estremecia de timidez
sexta-feira, julho 28, 2006
quinta-feira, julho 27, 2006
tenho andado a evitar-me
tenho medo do que me possa dizer
do que me possa fazer sentir
desta realidade pútrida que me quero forçar a engolir
até os espelhos parti
e em imagens fragmentadas me vi
e os que não consegui partir
minha imagem reflectida deixou de existir
um olho aqui
tenho medo do que poderei ouvir
sábado, julho 08, 2006
quinta-feira, julho 06, 2006
sexta-feira, junho 30, 2006
um mundo lá fora
olhares rechonchudos
desejo de carne viva e apática
fluidos magros de cores e sentidos
com travos a momentos efémeros
um mundo lá fora…
será irreal?
como pode existir escuridão tal?
venham para dentro
saiam do vento
com essas respirações rarefeitas
ainda pó há-de pousar em vontades ao altar
neste viver de mundos paralelos
terça-feira, junho 27, 2006
as almas têm segredos
os abraços têm suspiros
os beijos têm dor e sabor...
fio de saliva...
há segredos que são guardados até no último suspiro
se o dissesses morrerias!
Acho que a tua voz era som mudo se o gritasses bem alto
Há duas almas que se conhecem? Profundamente? Será?
O azul conheçe o mar como ninguém
O amarelo o Sol
água!
Caricatura de mar e máscara de tristeza absoluta e viva!
Vou procurar conchas que me digam o segredo do mar ele sabe o de todas as almas..
Sabes...
O coração da minha alma já se apaixonou!
Dizem que só se apaixona uma vez...
Tenho medo do amor...
Tenho medo da paixão...
Tenho medo de mim...
Tenho medo do medo...
sexta-feira, junho 23, 2006
senti um sopro que abraçava meu ouvido
estagnei logo a marcha
aos pés almejei uma estátua
à cara ordenei um largo sorriso
vesti meu fato de domingo
aos lábios ensinei voos de borboleta
despertei os sonolentos sentidos
chamei o amor para assistir
e disse à paixão também para vir
o futuro jurou carinho
o presente prometeu rebuçados e alegrias
por fim, como de mansinho
a coragem apareceu confiante
com palmadas nas costas e dança espampanante
lá foi dizendo
lá foi convencendo
braços bem esticados
olhos de criança
que voltei meu corpo para o entregar
a todos vi
quarta-feira, junho 07, 2006
sábado, junho 03, 2006
esta força que me sopra compulsivamente
arrasta sentimentos rasteiros
por entre folhas cabisbaixas
enlaçando sacos largados por desprezo
no escuro de largas visões
enrosco-me encolhido à parede negligente
assola-me num travo receoso
a querença que me leves para onde quero ir
aos tropeções, empurrões
quedas estrondosas e desejos anões
leva-lhe só meus pensamentos
diz-lhe que meu corpo é o que menos interessa
pois dar-lho-ei por inteiro
pede-lhe um suspiro e um afago
e traz-mos num instante
embrulhados em cartão canelado
para com eles dormir
e a busca no amanhã engolir
quarta-feira, maio 17, 2006
...
Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi
Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi Doi
muito...
segunda-feira, maio 15, 2006
não amo!
não quero amar
amar destrói
amar corrói
amar dói
amar é pouco
amar é nada
amar é lá coisa alguma
amar bate
amar magoa
amar não perdoa
amar derruba
amar mete nojo
amar embrutece
amar ofende
amar chora
amar faz chorar
amar cheira mal
amar mata
amar faz matar
amar é para os fracos
amar é para os rendidos
amar é para os vencidos
amar que vá para a merda
amar que vá para a puta que o pariu
quinta-feira, maio 11, 2006
hoje descobri algo de novo em ti, meu pequeno!
vejo que és capaz de conservar o teu bom senso
e a calma? quantos (outros) a perdem
sou capaz de confiar em ti!
quantos de ti duvidam
és capaz de esperar?
és capaz de sonhar menino?
sem que esse teu sonho te domine, te faça lembrar aquela dor...
és capaz de ouvir a verdade que disseste, e a mentira que disseram?
e a tua caixinha encarnada? sente-la tranquila? quente?
és capaz de ver destruído o ideal de uma vida (inteira?)
Enfrenta!
Descobre!
Cresce!
és capaz de falar e ficar digno e indignado?
Se assim fores, serás um homem? Um homem!
não consigo dormir!
a persiana brame insistentemente
vítima de um vento iracundo que magoa o silêncio
revoltado com causas desconhecidas do comum mortal
mas que de certo o vilipendiaram
tornaram-no amargo
alguma lhe fizeram...
a este vento que me rouba o sonho
com uma garrafa de serenidade aberta
sentados à mesa com pedaços de convívio mastigado
começou por me contar que foi enganado
que o tentaram aldrabar
prometeram-lhe roçar de pés
toques suaves
orgasmos fundidos
prometeram-lhe que o afagavas com teus olhos de cereja bem doce
prostrado por alegrias de palitar dentes
cambaleia num ritmo pusilânime
que dá dó só de ver
e dói ao cheirar
segunda-feira, maio 08, 2006
sou eu!
o sr faça favor de dizer que ama!
diga que ama, mesmo que lhe doa!
mesmo que sinta que quem ouve não sente!
amo com dor!
o sr faça o favor de dizer que sente!
diga que sente, mesmo que lhe doa!
mesmo que sinta que por quem sente não o ouve!
o sr faça o favor de dizer que lhe doi!
diga que doi, mesmo que ame!
mesmo que sinta que a quem doi é ao sr!
diga que existe, mesmo que ausente!
mesmo que ausente lhe diga que a quem doi é ao sr!
o sr faça o favor de dizer que se vá foder!
quinta-feira, abril 27, 2006
os primeiros fios de um sol convicto esgueiravam-se por entre cortinas coloridas
esbocei aquele sorriso que tantas vezes disseste teu
ao me sentires acordado teu coração acelerou
encontrava-se bem enterrado nas minhas costas
o indicador da tua mão esquerda
a um ténue suspiro saboroso dei sustento quando o senti escondido por trás de minha orelha
com um beijo suave e jucundo no meu submisso pescoço provocaste um despertar dos sentidos
senti-me amado
foi com um toque meloso que a tua língua deslizou do local beijado atingindo meu ouvido num percurso que me desenhou a face e que senti bem cravado na espinha
e então sussurraste como se nada mais existisse no mundo:
- És meu! Vou cuidar de ti.
nunca te revelei mas nesse momento soltei uma lágrima
- Amo-te mais do que a mim...
ao acordar não te encontrei
e ao voltar a adormecer foi apenas para te procurar
pobre inocente
segunda-feira, abril 24, 2006
instantes só meus
este quase nada onde vivo alimentado
para onde me levaste e lá me deixaste
lembras-te quando era essa a fonte do viver?
quando de arrepio na espinha se fazia um aperto?
doce conjugar de mãos e inocentes sentidos
recebidos por sorrisos tímidos e carentes
por entre a brecha de mais um cruzar de pernas
observo-te estarrecido com imperfeições perfeitas
pelas quais senti-me conquistado
como me apertavas o peito, instantes só nossos...
como desejava tuas mãos a circundá-lo, instantes só meus...
terça-feira, abril 18, 2006
olhares prolongados
oferecendo-se para minha posse por breves segundos
envolve-me com sorrisos e choros
permite pintar a cumplicidade
delinear o brilho do desejo com raios madrugadores
fusão de epidermes
movimentos certeiros
nutrindo o coçar de alegrias unas, límpidas, translúcidas
devoradas minuto a minuto por um tempo…
um tempo macio
e com palmadinha no rabo nos aponta o futuro
piscando o olho com matreirice
este azul por quem vivo na busca de mim
com cara de bebé pequenino-pequenino
sorrio quando me olhas assim
segunda-feira, abril 10, 2006
uma lágrima que queria viva
que te queria dar
para que cuidasses como tua
na esperança de uma vida futura
viveria para ela
esta lágrima que te queria dar
para contigo chorar
e assim poder amar
brincar
beijar
flutuar
tudo por ti na perfeição do sonhar
como seria cristalina esta nossa lágrima
aquela que te queria dar
para com ela no crepúsculo te abraçar
e com nuvens brancas te segredar:
“é contigo… é contigo meu amor que meu coração vai morar.”
morreu-me nos lábios uma lágrima que te queria dar
segunda-feira, abril 03, 2006
Shiu
não entres por essa porta de vidro fusco
a certeza do bem querido está mais além
sentada num banquinho de madeira
mastigando beijos de alecrim
sorrindo pois será tua companheira
Shiu
não queiras a lambidela pedinte
as riscas arco-íris estão sentadas a teu lado
esperam por palavras prometidas
num aperto bem chegado ao peito
com a força das mãos consumidas
Shiu
não mordas o passo de sentido seguro
o roçar da empatia molhada está mais além
baila com doçura e desejo
sugando fantasias açucaradas
gritando com feroz traquejo
Shiu
não queiras essas gomas coloridas
o beijo redentor será de degustação eterna
encontra-se numa caixinha de papelão encarnado
lá nos confins da perfeição
com laço azul bom-bom bem apertado